Presidente da JAC Motors do Brasil foi eleito Executivo do Ano 2012
“Foi tudo uma grande aventura”, disse o empresário Sergio Habib na noite desta terça-feira (8), pouco antes de saber que fora eleito Executivo do Ano 2102 por Autoesporte. Homem de discursos francos (ora também polêmicos) e sempre repletos de números, Habib tem uma indiscutível história de sucesso no ramo automobilístico. Aos 50 anos, ele coleciona grandes feitos – como o de trazer a Citroën ao Brasil. É um sujeito de apostas arrojadas.
Sua última é justamente aquela que o levou a receber o título de Executivo do Ano 2012. A “grande aventura” foi o projeto para trazer a chinesa JAC Motors ao Brasil, que começou há cerca de três anos e culminou no lançamento da marca, em março de 2011. No início, sua equipe tinha apenas 12 pessoas e, como se não houvesse fusos, Habib colecionou idas e vindas à China até decidir que a JAC Motors era a melhor aposta.
Em apenas três meses de Brasil, a marca se tornou a segunda maior importadora de veículos. O sucesso foi tamanho que Habib já anunciou a construção de uma fábrica na Bahia – detalhes do projeto serão divulgados no próximo dia 16, na capital Salvador. O objetivo do empresário é conquistar uma fatia de 3% do mercado brasileiro, com 100 mil carros/ano. Alguém duvida? Confira abaixo um rápido bate-papo com Sergio Habib.
O mercado brasileiro sofreu algumas oscilações nesse fim de ano, por conta do anúncio do aumento do IPI para veículos importados, que ainda segue suspenso até a metade de dezembro. Mas a JAC Motors vai bem. Que balanço você faz dos negócios?
É muito difícil uma nova marca de carro chegar e conquistar de imediato 1% de participação no mercado. Tudo bem que esse percentual caiu um pouco nos últimos meses, hoje estamos com 0,8% de market share. Mas se olharmos para o passado, é um feito incrível. A Honda levou dez anos para conseguir uma média mensal de vendas de 3.000 carros. A Citroën levou quinze anos! Nós fizemos isso em seis meses.
E a que você atribui esse sucesso instantâneo?
É um conjunto de fatores. Primeiro, temos um bom produto. Eu visitei todas as fábricas chinesas e escolhi trazer a JAC Motors por perceber maior qualidade nos carros. Segundo, nós adaptamos os produtos ao gosto dos brasileiros. Terceiro, precisávamos de boa propaganda e contratamos o Faustão. Quarto, estreamos com uma rede de concessionárias ampla e consistente. Cinco, contratamos excelente profissionais.
O aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), em meados de dezembro, vai impactar nas vendas em 2012?
Acredito que não. A JAC Motors tem estoque suficiente para abastecer o mercado brasileiro sem reajuste de preços até março ou abril. Até lá, eu garanto que nossa política de preços não mudará. Além disso, temos o anúncio oficial da fábrica no próximo dia 16 de novembro, na Bahia. E acredito que o governo brasileiro irá flexibilizar o IPI para as importadoras que se comprometerem a investir forte no país. Nós faremos isso.
Esse investimento também contempla a possível parceria com a indiana Tata Motors, para lançar uma picape média no país?
Por enquanto, o projeto Tata Motors está congelado. Vamos aguardar para ver como vai se comportar o mercado em 2012, com o aumento do IPI. Mas em março nós lançaremos o sedã médio J5. E em setembro ou outubro, será a vez do subcompacto J2, que está sendo exaustivamente testado. Estamos rodando uma média de 70 mil km por mês com o hatch. Já o utilitário esportivo compacto, não há nada ainda. Esse só chega depois da fábrica.
A JAC Motors veio para ficar de forma definitiva no Brasil?
Em junho, a publicação Meio & Mensagem realizou uma pesquisa que apontou a JAC Motors entre as três marcas mais lembradas pelos brasileiros, ao lado de Fiat e Volkswagen. Não tenho a menor dúvida de que a JAC irá se consolidar no país nos próximos anos. Só para o lançamento da rede, nós investimos R$ 200 milhões. E além da fábrica, vamos erguer um centro de desenvolvimento de veículos. Isso mostra que viemos para ficar.
Entrevista no Auto Esporte
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